quarta-feira, 31 de março de 2010

Tempo

Tempo, tempo, tão impetuoso, guarda para ti a resposta que quero, ao suplício dos segundos sem o aroma predileto. Lanço a ti mil blasfêmias, e descarrego todo meu peso a ti, velho sádico, pois sei que agora ri de minha paixão privada, e observa as frestas nosso desejo desenfreado.
Pois te desconjuro! e vos digo: Chegará a um de seus elos, mortal serpente, e enfiarei minha espada em sua pele e através de ti caminharemos, então andaremos pelo ar, sem pisar em suas escamas, e não mais poderás nos encontrar. Nem nos ver, pois cegar-te-ia todo nosso amor. Serás condenada a passar por toda paixão que há no mundo sem poder tocá-la. Pois nem tu, ó poderoso tempo, pode privar o amor de amar.

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