quinta-feira, 25 de março de 2010

Dois

Enfim chega a aurora,
e com ela a divina maldade do ser.
O gosto é doce,
o cheiro é exótico,
A tarde é eterna,
A flor é púrpura!
Trai a todos menos a si mesma,
quando abre-se ao fechar dos olhos.
O céu é de baunilha!

a carne sente,
o coração ainda bate,
como se a qualquer minuto fosse parar,
a loucura invade,
a porta se abre,
os olhos cegam,
a carne trai,
a paixão condena!

Sim! somos nós mesmos,
já não basta provar o pecado,
é preciso devorá-lo,
a fome,
a carne,
a sede,
o suor,
o sangue!
O corpo estremesse, o prazer é sufocante,
a alma desencarna de tão leve, os olhares se entregam ao sono.
O sonho nos esquece, mas o cheiro não some,
o sentido recobra a vida, os lábios despertam outros,
o corpo pesa,
as mãos apertam,
os olhos se fecham,
as cores se confundem.
O Sol rasga a noite
E o amor ao fim cobra o preço justo.
Dois.

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