quinta-feira, 25 de março de 2010

Passeio Matinal

O sol aparece e aquece os corações da cidade
A neblina ainda paira nos quintais sonolentos
Bocas de lobo bocejam vapor quente
Roncam os motores nas ruas desertas
O sorrisos estouram como festim
E as tendas se abrem ao amanhecer
Jovens loucos, nus e quentes
No ritual mais antigo
Celebram a noite de um estranho Luar.
Exaustos, vagam calmamente.
Como cães na beira da estrada da vida
Só de passagem, sempre de saída
O horizonte tão calmo e vazio...
Bebi a seiva pela manhã sedenta
E sorri por três vezes ao mesmo pecado
E a serpente enfim envenenou a alma
Vi a cor púrpura do desejo em flores raras
E gozei a morte de Euclides por um tempo disforme, sonolento,
Desatento ao compasso das canções populares.
Eternamente jovens seremos,
Herdamos o mundo e perdemos.
Vamos sair e passear.

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