terça-feira, 9 de novembro de 2010

09 nov 2010

Hoje acordei mais inquieto do que de costume e tentei encontrar uma solução que acabasse de uma vez com todas minhas hipóteses. Talvez uma resposta? Definitivamente não. Cansei de encontrar soluções. Agora estou buscando mais problemas, aos milhares. Pelo menos assim suporto o tédio destes últimos dias. A última semana vem se repetindo já faz um tempo. Tudo está igual, nada muda. Nem as pessoas, e o que penso sobre elas.
Quando me refiro as “pessoas”,não me incluo neste grupo monótono de caracteres levemente modificados. Acho que sou do grupo dos que não tem grupo. Mas, onde estão aqueles que sofrem da mesma chaga? Pra onde foram os espíritos? Tudo que restou foram carcaças ocas em decomposição. Ainda não sabem que morreram, e por isso vagam pelas ruas tentando encontrar o que de fato nunca perderam: a consciência. Como poderiam perder algo que nunca lhes foi entregue? Não os culpo. Mas isso não significa que simpatizo com seus lamentos e seus passatempos . Tenho minhas próprias fugas.
Às vezes me sinto um agente secreto, disfarçado, à paisana. Todos estão tão ocupados com seus desfiles que não podem me ver. Assim é melhor. Estou ocupado demais com minhas idéias e pensamentos. Estava procurando uma maneira de tocar seus corações, mas agora estou procurando os que possuem um. Alguém lembra de tê-lo tido? Talvez os que sofreram amores não correspondidos...
A ferida se perpetua na face e as cicatrizes de um tempo sofrido figuram quase todos. Tornam-se tão parecidos em sofrimento que me remetem a um sentimento de irmandade. E eu sou o bastardo!
Mas deixo de lado todo o rebanho. Não aprendi a ruminar, e não tenho gosto para isso. Agora estou tentando encontrar a maneira certa de fazer acontecer o que se planeja. Já sei o que quero, já tenho o que preciso. Então, o que me falta? Abdicar toda a compaixão. Meu sangue de origem escrava trai-me a todo instante. Meu coração está sozinho, e inclina-se a confiar na palavra dos homens. Ora, tenho um espírito que fala, que escreve, que canta! E ao acreditar na igualdade das pessoas é que meu sangue escorre pelo chão. Onde estão os espíritos? Os sentidos? As palavras? Nestas sei que posso confiar. É por isso que decidi escrever algumas notas a mim mesmo. Esse é meu passatempo e meu cofre de intenções. Assim não esqueço quem sou e o que quero.
Gosto das artes e das letras. Tenho um coração inquieto e senhor, e quero exprimir o que sinto da forma mais primitiva. Quero encontrar os corações e devolver a seus donos incapazes de contê-los. Quero amigos sinceros, por afinidade natural. Não é muito que exijo de mim mesmo: felicidade como estado permanente!

2 comentários:

  1. Belo texto Ralf!
    Retrata muito bem as coisas sobre você, os conflitos e os sonhos!
    Beijos da tua sempre amiga...Lily

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  2. vim dar uma espiada no texto de um velho irmão, aqui deixo meu abraço perdido nas entrelinhas binárias desse ciclico processo de saudade... Um grande abraço!!

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